No fim das contas: vendemos
Condição inerente aos nossos tempos
E o que há de bem afeito ao consumo
Tomamos como uma isca perigosa
Em tempos em que se compra e se consome o que nos priva de
roubos
Arriscamo-nos ao roubo.
Roubo, RoUBo
Da tranqüilidade que nos engorda
RoUBO
Da pele intacta e lisinha
ROubo
Dos saberes bem assentados
ROuBO
Da imagem conformada
ROUBO
Das certezas e seguranças macias
RouBo
Das intimidades que nos fecham num privado
ROubo
Dos prazeres fáceis e finais felizes
Pesquisamos e propomos condições para que infinitos RoUbOS
se dêem
Romper com os cercados, com nossas atitudes possessas.
Com os Édipos que privatizam afetos
Esta é a condição para uma vida mais forte e inventiva.
Devir selvagem, devir água, devir vegetal.
Devir n territórios, misturas e inumanidades
Podemos agredir
Podemos defender
Não o ego, mas processos de produção de diferença
Não identidades, mas a experiência de sempre transitarmos.
Não o privado, mas o público transbordante em temperamentos.
Não a comodidade, mas as tensões que nos levam a outros
modos de existir
Agradecemos de coração aos alunos e amigos
que participaram desta nossa proposta de experimentação.
Também agradecemos carinhosamente a participação de
Yanina Paganelli e Silmara Bergamo
Yanina Paganelli e Silmara Bergamo
na construção e realização deste trabalho.
Fotos: Yanina Paganelli