Devir é um conceito da Filosofia e denomina transformação intensa da vida, a partir dos encontros que construímos. Inspirados por este conceito, oferecemos nosso espaço e nosso trabalho para que possamos produzir transformações, as quais sejam por uma vida alegre, criativa e engajada social, política, ecológica e eticamente.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Liberdade e Carniça


No luxo - consumimos

Quanto sumiço!

No lixo - criamos

Que potência!

Do inútil, do impróprio

Enfrentamos nossas full-utilidades de tédio tememoroso

Quanta aridez, flacidez, embriaguez, ezzzz.....

S - “Mas as roupas sujas de bosta de liberdade, precisam ser lavadas”

A – “Limpemos nossa bosta, ela cheira, tem textura e densidade do que comemos. Quanto mais se come, mais bosta se produz!”

Talvez seja por isso, que na alegria engolimos menos.

Ainda que sejamos capturados pela alegria ao pé da mesa.

Parece que a carniça está mais próxima da liberdade do que se imaginava

É preciso enfrentar o mau cheiro da culpa para enveredarmos por encontros potentes

A privada fede, não adianta dar descarga, ela sempre volta a feder

Liberdade é potência, feito fedor de carniça

Espanta sempre o bom mocismo.

8 comentários:

Anônimo disse...

Para falar da carniça, precisamos sentir o cheiro.

e deixar o cheiro gozar, sem liberdade alguma.

a carniça é o anverso da víscera.

prova disso é que, quando se vomita,
o que sai da tripa é só meu, assim como o que sai da carniça é somente dela.

e não existe liberdade no que é meu.

logo, não existe liberdade em mim.

se vomito, corpo faz atalho para fisiologia. expilo. o meu torna-se igual ao mundo, feito a bosta que navega a céu aberto depois do ato de necessidade.

potência é prisão:

sinta o cheiro.

e a posse escorrerá por suas mãos.

[firulas energéticas, para provocar]

Anônimo disse...

homem: fábrica de lixo! maquinica produção...

Ângela Vieira disse...

Caro anônimo, seja bem-vindo!

Das firulas energéticas sigo...

A liberdade está na superfície, fronteira das misturas, onde não há nem meu, nem dela. Há vida!
Na mistura: há o indiscernível, o impessoal que se movimenta e autoproduz.
A potência está na vida, indomável, sempre saindo dos trilhos programados.
O lugar da posse, é o lugar da conservação, da identificação, da restrição.
Vida de enlatado. É só sair das condições ideais, que fede.

Anônimo disse...

Acho que é isso mesmo, Ângela, a liberdade que é mistura... estava lendo Foucault, que falava da liberdade como "ideologia", uma idéia burguesa, um ideal. Já essa da mistura, essa que coloca o indivíduo de encontro, tão inusitado... quanto incontrolável... essa sim interessa. E a bosta continua o seu caminho, sobre a qual se reflete e reflete seus espúrios e mínimos materiais.
Ícaro.

Anônimo disse...

errata: essa liberdade da mistura, essa que coloca o indivíduo de encontro, tão inusitado... quanto incontrolável... essa sim interessa.
Ícaro.

Ângela Vieira disse...

Há um tipo de liberdade muito perversa sendo efetuada, a liberdade pautada nos direitos, a partir de uma perspectiva burguesa, ideal que produz mundo, produz história, realidade.
Essa liberdade-lei é imposição de um modo de viver, só pode quem cumpre. Se cumprir é primeiro, só podemos autorizados.
É caro Í-caro, essa vida a qual falamos que é fato e não direito anda sendo bem maltratada e depreciada.
Nossas asas, hoje, não são feitas só de cera, há tantos tipos para tantos gostos e estilos que até achamos que somos livres na hora de escolher. É..o poder conforme seu parceiro de pensamento é convidativo entre outras tantos modos de se efetuar.
O poder nos autoriza, mas a potência, essa potência da vida não conhece licença, pois não tem um não a priori, ela só sabe afirmar.

Que essa liberdade a qual concordamos seja alimentada e acreditada por nós. Não é fácil, mas é simples, está sempre nos assaltando, assaltando nosso ego envergonhado da diferença enquanto processo.

Valeu pela lenha, aquecendo mais nosso pensamento!

abçs

A Poesia Prevalece! disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
A Poesia Prevalece! disse...

---Ângela, Putos Que Pariram, quanta energia revolucionária neste teu poema. Muito bom! Abços cheio de texturas alegres.