Devir é um conceito da Filosofia e denomina transformação intensa da vida, a partir dos encontros que construímos. Inspirados por este conceito, oferecemos nosso espaço e nosso trabalho para que possamos produzir transformações, as quais sejam por uma vida alegre, criativa e engajada social, política, ecológica e eticamente.

domingo, 21 de julho de 2013

Sarau Natureza Mestiça: a alegria de Moebius (fechamento de minha vida na UFTM)

Depois de dois intensos anos de UFTM, gostaríamos de comemorar todas as alegrias, encontros, descobertas e lutas junto de todos os amigos, amigos-estudantes e parceiros. Mais uma vez, a Arte conduzirá nosso encontro.

Convidamos a todos aqueles que se sintam próximos de nós a esterem presentes e a participarem, trazendo e compartilhando sua Arte, sua alegria e sua sensibilidade neste Sarau, que tematiza o paradoxo do fim-começo; e a alegria artística da natureza, de inventar sempre mais vida, misturando cada coisa em toda coisa, criando seres de aurora.

- Quando? 01 de Agosto (meu último dia como professor da UFTM)

- Onde? Espaço do Coletivo Devir - R. João Modesto dos Santos, 293 
(atrás do Colégio Opção; travessa da Av. Odilon Fernandes à altura da pizzaria Fornace)

- Que horas? a partir das 21h

- Quanto? R$ 10,00 (ajuda de custo) + bebida



Natureza Mestiça: a alegria de Moebius

Quando uma volta se inclina na curva de um fim
o mundo gira num redondo nascimento

Anel ou banda de Moebius
Quando uma vida termina,
com ela morrem todos
com ela se vão muitos
E dessa fenda quebrantada
são paridos ovas e brotos de pétalas
vagueantes e ainda sem mundo

É a alegria de Moebius,
imprevisível
corrediça sobre uma única linha
que em cada término se faz germen
E se perde agitada por uma única banda
que toca todas as canções de circo, de guerra,
de torcida, de ninar, de morrer
e de amar


Alegria da artista naturante
de criar a continuação do insuspeito
mesclar a incerteza e a surpresa
mestiçar os cantos de pássaros com placas de tartarugas
fazendo do absurdamento,
sua lei de invenção

Alegria anelar da Natureza de,
em toda sensatez,
secretar em segredo a risada da divergência
Dança que enfia seiva no sangue
brânquias nos pulmões
para nadar no oceano da história desta vida
que vivemos juntos
que morremos juntos
mas vamos parir juntos
Misturando tudo de novo
tudo que em nós é novo
tudo que em nós é pulso
e cordial

Tum-tum, tum-tum, tum-tum
Não é a marcha fúnebre
é o coração floral de um filhote cego
é o andar trêmulo e combativo de um potro desplacentado
no aguardo do primeiro berro de vento
que faz sair do peito asas de rapina

Moebius torce a artista, que farejava o fim
quando o cheiro de sangue
era só de rebento

Toda aurora é uma quimera