Convidamos a todos aqueles que se sintam próximos de nós a esterem presentes e a participarem, trazendo e compartilhando sua Arte, sua alegria e sua sensibilidade neste Sarau, que tematiza o paradoxo do fim-começo; e a alegria artística da natureza, de inventar sempre mais vida, misturando cada coisa em toda coisa, criando seres de aurora.
- Quando? 01 de Agosto (meu último dia como professor da UFTM)
- Onde? Espaço do Coletivo Devir - R. João Modesto dos Santos, 293
(atrás do Colégio Opção; travessa da Av. Odilon Fernandes à altura da pizzaria Fornace)
- Que horas? a partir das 21h
- Quanto? R$ 10,00 (ajuda de custo) + bebida
Natureza Mestiça: a alegria de Moebius
Quando uma volta se inclina na curva de um fim
o mundo gira num redondo nascimento
Anel ou banda de Moebius |
com ela morrem todos
com ela se vão muitos
E dessa fenda quebrantada
são paridos ovas e brotos de pétalas
vagueantes e ainda sem mundo
É a alegria de Moebius,
imprevisível
corrediça sobre uma única linha
que em cada término se faz germen
E se perde agitada por uma única banda
que toca todas as canções de circo, de guerra,
de torcida, de ninar, de morrer
e de amar
Alegria da artista naturante
de criar a continuação do insuspeito
mesclar a incerteza e a surpresa
mestiçar os cantos de pássaros com placas de tartarugas
fazendo do absurdamento,
sua lei de invenção
Alegria anelar da Natureza de,
em toda sensatez,
secretar em segredo a risada da divergência
Dança que enfia seiva no sangue
brânquias nos pulmões
para nadar no oceano da história desta vida
que vivemos juntos
que morremos juntos
mas vamos parir juntos
Misturando tudo de novo
tudo que em nós é novo
tudo que em nós é pulso
e cordial
Tum-tum, tum-tum, tum-tum
Não é a marcha fúnebre
é o coração floral de um filhote cego
é o andar trêmulo e combativo de um potro desplacentado
no aguardo do primeiro berro de vento
que faz sair do peito asas de rapina
Moebius torce a artista, que farejava o fim
quando o cheiro de sangue
era só de rebento
Toda aurora é uma quimera